sexta-feira, 25 de setembro de 2009


FLORES MURCHAS
Guida Linhares

Pela primeira vez,
elas se conservaram por anos a fio,
belas, viçosas e perfumadas,
em um vaso de cristal.
Mas não sobreviveram,
ao enfrentarem um vendaval....
Quedaram-se silenciosas,
as pétalas espalhadas no chão,
retalhos de vidas em diapasão.

Mas houve uma segunda vez,
novas flores num vaso colocadas,
inspiraram venturas tamanhas,
anseios deslocados,
alegrias compartilhadas,
que foram sendo esmagadas
por um cotidiano rotineiro.
Veio o cansaço e o tédio,
podá-las foi o grande remédio.

Mas a terceira vez, ah...parecia
que as flores nunca mais iriam fenecer...
na adoração mútua de instantes de felicidade,
corações alegres e palpitantes,
sonhos desabrochados,
afetos permeados de beijos,
muita satisfação de desejos,
mas não sobreviveram as pétalas,
nem seu mais suave perfume,
ao primeiro afastar do lume.

Que as flores murchadas no tempo,
testemunhas de trajetórias amorosas,
voltem ao pó da terra,
para que renasçam novas sementes,
na vida que tudo transforma,
desde o mais simples ser vivente,
ao ser humano mais presente,
que ao futuro se lança,
apoiado em terna esperança.

Santos/SP

Imagem> Flores com Vasos, de Eliane Pasquetti


Um comentário:

Veronica disse...

Olá Guida, linda! linda! poesia.
Parabéns pelos blogs e pelas poesias são lindas!
Estou seguindo seus blogs, te convido a conhecer
Meus blogs será um prazer para mim ter sua visita
Excelente noite para você bjs.