sábado, 19 de setembro de 2009


A BORBOLETA DO CASTELO
Guida Linhares

Construi meu castelo de sonhos
com devaneios jogados ao léu
cravejados de rubis tristonhos
avermelhados lançados ao céu

E ficava a fitar tantas nuvens
percebia em todas o teu rosto
entre matizes sentia vertigens
no medo de vir a ter desgosto

Assim afastei em desencanto
qualquer chance de encontro
preferi chorar meu cedo pranto
do que esperar um confronto

E nas horas tristes da noite
em que adentrava no castelo
tua lembrança era um açoite
aplanada a ânsia no rastelo

Paredes dialogavam tristezas
lágrimas de ilusão recolhida
rosas desabrochadas em beleza
não mais ostentavam a vida

Assim nosso castelo de sonhos
ruiu antes dos alicerces sólidos
sustentarem diálogos risonhos
transformado o amor em bólidos

Agora enfrento os dias sózinha
à procura da borboleta perdida.
Do amor vivenciado retrata
a sobra da paixão adormecida

Santos, SP
08/06/06

***

Um comentário:

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

A BORBOLETA DO CASTELO
Guida, coisa mais linda estes versos que leio hoje em seu cénio poético, tem um que muito especial da Guida que conheço, adorei.
Olha passa lá na minha casinha,
tem um convite para você e seus amigos, com admiração,
Efigênia Coutinho